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5 passos
para evoluir sua ideia

Marcel Vitorino, palestrante e criativo, nos deu algumas dicas e 5 passos para que você tire a sua ideia da cabeça, coloque no papel e execute depois, sem procrastinação. Bora lá?

1. Preparação

Toda vez que vamos ter uma ideia ou vamos pensar em algo ligado a criatividade, nós temos aquele momento de preparação. Toda reunião de brainstorming tem alguém que conduz que diz quais são os objetivos necessários para aquela reunião. Nessa fase, internamente, estamos nos preparando para ter as ideias relacionadas ao tema que a gente está prestes a discutir. “Pra quem é programador a fase da preparação é quando desenhamos o fluxograma, pensamos a arquitetura do software, as conexões que ele vai precisar fazer, até onde vamos começar de fato a escrever nosso programa”, explica Vitorino. Você deve então criar a sua forma de se preparar para trazer as ideias. E deverá também trabalhar sua auto-confiança, afinal, é a hora que vamos nos expor e não podemos ter medo de errar ou falar o que queremos expressar.

2. Imersão

Fase onde mergulhamos nas ideias. É onde na reunião de brainstorming todos observam as ideias borbulhantes que poderão vir à tona. Uma boa reunião de brainstorming não tem restrição, a ideia tem que vir de forma irrestrita. “Você não consegue fazer a imersão num ambiente restrito”, lembra Vitorino. Então procure prestar atenção em todos os detalhes de tudo que as pessoas dizem. Se envolva de tal forma e se sinta o criador da solução daquele problema. Seja curioso, pergunte, tire as dúvidas, anote tudo que for importante para o seu entendimento, pois a próxima etapa é da revelação das ideias.

3. Revelação

Momento em que a ideia deve ser expressa. É a fase onde colocamos pra fora a combinação de tudo que foi dito na reunião, ou dentro da nossa mente. Não economize saliva, ou papel, ou seja lá onde você irá compartilhar sua ideia. Essa é a hora de trazer todo aquele seu envolvimento e imersão no tema e compartilhar com todos – ou consigo mesmo, para que você possa avaliar se é uma boa ideia.

4. Avaliação

É a fase que mais sofremos, pois é onde temos o feedback da nossa ideal genial. “Muitos não estão preparados para receber críticas, mas elas são importantes, sejam positivas ou sejam negativas”, explica Vitorino. Depois do feedback, talvez você volte para a fase de imersão, para depois revelar algo novo, ou melhor exposto, e assim ter uma diferente avaliação da ideia ou uma total mudança dela. Lembre-se: agora é a hora de aperfeiçoar a sua ideia, seja pra torná-la melhor ou para criar uma nova opção.

5. Implementação

Colocar em prática a ideia que você construiu. Depois de avaliar se a ideia é boa ou ruim, viável ou não, é hora de aplicar. E esse momento é muito importante pois você vai finalmente criar algo. E independente do resultado, o processo de criação em si é um super aprendizado que poderá se tornar algo frutífero e bacana ou, no mínimo, em um conhecimento que irá te ajudar com ideias futuras.

“A ideia é uma camisa que precisa de suor. É muito comum vermos pessoas bem sucedidas e pensarmos que aquela pessoa teve sorte, mas não é sorte, ela teve que se esforçar e suar muito pra chegar lá. É um processo doloroso, cansativo e que é preciso treinar. Precisamos treinar o nosso cérebro e o processo de ser criativo. Se não treinamos, não ficamos bom nesses processos”, Marcel Vitorino

Algumas pessoas certamente vão ter dificuldades em alguns passos. Quando você lida com a autocrítica e os resultados depois de tanto esforço, isso exige inteligência emocional e uma atitude racional crítica muito madura. “Eu era muito perfeccionista até eu descobrir o que o Princípio de Pareto diz naquele diagrama famoso: Que 20% de esforço é responsável por você atingir 80% dos resultados. E os 80% de esforço são responsáveis por você atingir os últimos 20% dos resultados. Foi então que eu entendi que eu não preciso ter 100% de perfeição para as ideias, o custo é muito alto. Põe pra fora, revela pra alguém que vai te ajudar a avaliar melhor”, conta.

E para finalizar, anote mais uma boa dica de Vitorino. “Eu anoto uma ideia, deixo ela guardada durante uma semana, quatro dias, por exemplo, antes de revelar pra alguém. Ai eu pego e vou acessar de novo aquela ideia. Em 90% das vezes eu acho uma merda, mas esse efeito é bom, porque deixar passar esse tempo e depois voltar, você elimina o fator emocional da sua ideia. Quando você tem uma ideia, ela é a coisa mais linda pra você. Quando você olha direito depois de um tempo, você vê que ela não tá tão ajeitada assim”.

Dicas extras:

  • Se você precisa criar alguma coisa, e não tá saindo, para, levanta, vai tomar um café, lembra do exercício, cria a coisa mais absurda possível. O cérebro vai destravar.
  • Devemos relembrar de como era quando éramos crianças, como usávamos a mente pra criar coisas através de objetos da nossa casa. Brinque com crianças, ajuda muito.
  • Mude diariamente sua rota, faça um caminho diferente todos os dias, saia do padrão e da rotina. Isso cria novas conexões no cérebro, traz outras visões.
  • Anote ou grave suas ideias. Depois de um tempo revisite aquela ideia.
  • Revele as ideias para as pessoas, pois o feedback é muito importante.

“A criatividade, apesar de subjetiva, pode ser tratada como um processo ou até mesmo um método científico, que nós observamos, testamos aquela ideia, tentamos invalidar aquela ideia, voltamos pra mesa, refazemos, repetimos até que a gente tenha algo satisfatório”.

Arte da capa: Fill Ryabchikov

Quais bloqueios
minam a sua criatividade?

“Nosso modelo de educação faz com que criemos bloqueios mentais que impedem o fluxo natural criativo e aquelas conexões incomum que as crianças são mestres em fazer”, abre para reflexão Marcel Vitorino, um dos palestrantes do palco Criatividade, na Campus Party 2019 e grande amante da inovação.

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