Criatividade sempre foi uma palavra que eu particularmente evitava. Se alguém me perguntasse se eu me considerava uma pessoa criativa eu, sem dúvida, mudaria de assunto. Na minha opinião, ser criativo era algo reservado para os “gênios da lâmpada”. (Mal sabia eu que já estava usando minha criatividade para desviar o assunto).
Quando menos percebi, ali estava eu, no meio de um mundo criativo trabalhando como produtora audiovisual em uma agência que tinha no seu slogan a criatividade, seus valores, objetivos, mobiliário, até mesmo a cafeteira era criativa! Enfim, tudo a minha volta remetia criatividade.
Vídeos super criativos, filmes, eventos multimídia, linguagem criativa e inovadora. Um mundo fascinante e, ao mesmo, tempo assustador para uma pessoa como eu que não sabia ser criativa.
Até que um dia, navegando no site da agência que eu trabalhava, tinha uma página falando sobre a equipe. Confesso que não me lembro exatamente o que estava escrito, mas um ponto que jamais vou esquecer: “ Somos uma equipe criativa”. Deste momento em diante meu mundo parou.
“ Epa! Para tudo.. Sou parte dessa equipe! Será que eu sou criativa?? Como assim? Será que isso é possível? Mas não criei nada, nenhuma fórmula científica, nenhuma solução de engenharia ou arquitetura, nenhum layout criativo, etc…”
Daquele momento em diante comecei a refletir sobre o meu trabalho, o meu dia-a-dia e percebi que realmente eu era criativa! Pasmém! Precisava ser criativa para produzir com agilidade e eficiência, precisava usar minha criatividade para resolver problemas rapidamente ou até mesmo para tornar viável as ideias loucas dos criativos. Muitas vezes, tinha que acionar a criatividade para negociar um orçamento, fazer uma decupagem de roteiro e entender nas entrelinhas tudo que seria necessário para aquele trabalho e, por fim, ser criativa em alguma situação delicada e usar o jogo de cintura que, se você é produtor, sabe bem do que estou falando.
E foi assim que desenvolvi e progredi profissionalmente. No momento em que eu aceitei e reconheci que eu era criativa me envolvi mais nos projetos sem medo de me expor e contribuir com sugestões e ideias. Percebi que a criatividade precisa ser exercitada, pois quanto mais você pratica, mais criativo você se torna – vale o mesmo para o oposto.
“Hoje eu vejo a criatividade como um botão que todos nós temos dentro do nosso cérebro. Se você não ligar, ela não vai funcionar”.
E foi ligando esse botāo e não desligando nunca mais que eu atuei em diferentes funções no criativo universo do audiovisual e me tornei Diretora de Produção participando de projetos especiais e cheios de criatividade.
Um conselho? Reflita e descubra aonde está sua criatividade no que você já faz. Tenho certeza que ela estar por aí, você apenas precisa ligar o botão. E é muito importante, depois que encontrá-la, não se esquecer que ela precisa ser exercitada e alimentada com coisas criativas – lugares, pessoas, comidas, conversas, livros, filmes, arte, etc – pois assim ela vai crescer, crescer e crescer!
Hoje eu acredito que sempre temos espaço para sermos mais criativos!
Basta acreditarmos!
Obrigada pelo espaço, um beijo!
Atua como Produtora Executiva, Assistente de Direção e ProdutoraChefe de Set com mais de 10 anos de experiência em vídeos institucionais, treinamentos, vídeos publicitários, motivacionais, e grandes eventos. Formada pela Reiticom, Escola de Cinema de São Paulo, trabalhou em grandes projetos audiovisuais na agência Márcia Paiva produções e a produtora Ideia House. Dentre eles estão clientes corporativos como Natura, Herbalife, Stiefel, MWM International, Ajinomoto, HE Healthcare. Além de DVD´s musicais para artistas como ExaltaSamba, Thiaguinho, Sambô. Atualmente trabalha Boulder Media, maior produtora de animação da Irlanda, e é braço direito da produtora WoW Films Media, que atua no mercado de produção audiovisual para Internet. É Co-Produtora do Documentário “Cadê a Criatividade?”.