Eu não sou leitora de blogs de moda, não consumo tendências e pouco conheço os grandes especialistas dessa área na ponta da língua. O que eu sei então sobre o tema? Sendo simplista, o que eu gosto de vestir e me sinto confortável. Essa é minha moda. E se quero alguma coisa diferente, eu olho pra mim mesma e penso em coisas que eu “já vi por aí”, que me inspiraram, e coloco na prática para ver se combina comigo.
O lance de eu estar falando de um assunto que não sei bulhufas é que um amiguíssimo meu, o jornalista, consultor e especialista de moda Erisson Rosati, me convidou para o evento Fashion Meeting, pois ele ia ser mediador, estava organizando e seria uma boa oportunidade para gente se rever! Boa ideia! Ah! Contando um segredinho procês, eu adoro ir em “nichos” que eu sei é nada. Porque você sai de lá sabendo muita coisa! É uma delicia de aprendizado e um ótimo ambiente para estimular a criatividade.
Os especialistas de moda citando a criatividade
Essa turma aí de cima, para variar, era totalmente desconhecida pela minha pessoa. A moça do lado do Erisson (ponta esquerda) é a Carol Garcia, uma jornalista de moda e professora de um curso de Mídias Sociais na faculdade Belas Artes, em São Paulo. Quando perguntei sobre criatividade em relação as tais “blogueiras de moda” ela disse que é uma entusiasta da Economia Criativa e que a aplica muito bem no curso que ministra. Não entrou em detalhes, mas já fiquei feliz com a conexão das temáticas, afinal MODA faz parte da Economia Criativa.
A que está com o microfone é a Camila Almeida, ela é responsável pela CARAS blogs – outra coisa que não fazia ideia que existia, e disse (em relação a produção de conteúdo) que
“Para ser criativo na sua atividade, você deve falar e fazer o que gosta e procurar entender muito sobre o assunto. É ser verdadeiro e coerente com o que você fala ou faz. Se você não curte algo, porque falar daquilo? Por que está na moda? Errado. É aí que nasce um monte gente falando a mesmice”.
– Camilla Almeida
E eu concordo muito com ela. Afinal, criar é estar envolvido. E para se envolver de verdade você precisa gostar do que faz ou do assunto que trata. Ela deu exemplos de blogueiras, tipo que odeiam, sei lá, renda e acabam falando de renda no blog porque “tá na moda” e tem que falar. Afinal é a autenticidade que faz com que você possa começar a se destacar no meio de tanta gente. Ser autêntico é ser criativo.
Isso me fez lembrar uma pesquisa que li sobre empreendedorismo dizendo que o brasileiro é um empreendedor nato, porém ele copia muito do mesmo. Por que será? Pra refletir.
A criatividade é indispensável na criação de moda, desde a escolha dos tecidos até pensar em modelos e designs novos.
Criatividade e Empreendedorismo
O outro convidado é o Márcio Banfi, artista, especialista e editor de revistas de moda, que se considera um retrô no estilo de vida, algumas opiniões e modo de ver a moda, mas que está aberto ao mundo digital – não tem como né gente!?rs . Há dois pontos que ele trouxe junto com o Erisson Rosati, mega interessante. O primeiro é que seria ideal – e talvez um tendência – nós aprendermos a fazer nossa auto-edição ou auto-curadoria. Claro que após estudar sobre como fazer isso. Como assim?
Eu diria que é a ideia de saber fazer algo mais “profissa” sem depender de tanta gente pra isso acontecer. E isso vale para quem é blogueiro, youtuber, empreendedor e por aí vai. O famoso “Do It Yourself” ou “Faça você mesmo”. Aprendendo a ser virar, você primeiro desenvolve suas habilidades – ou melhora um pouco – e depois, vai se tornando cada vez mais profissional, mais completo e mais independente.
O segundo ponto é sobre criatividade. Ele trouxe uma frase de alguém – talvez do mundo da moda que eu não memorizei – que diz “Acho impossível ensinar uma pessoa a ser criativa. Mas se ela começar a entender o que é criatividade, já será um bom começo”. A ideia dele é dizer que você só fica bom em algo, quando começa a entender esse algo, certo? E, claro, ir colocando em prática o que se aprende.
E faz todo o sentido em relação a criatividade também. Ou seja, se as pessoas se abrirem mais para entender o que é a criatividade e como fazer uso dela, talvez teremos um boom de criativos por aí 😉 Um primeiro passo simples. Não? Vamos falar de prática? Então, vou lhe contar essa breve história de um vídeo meu de…MODA! Hein? Assista o vídeo, tem 30 seg, e eu já te explico o que ele tem a ver com criatividade. ; )
Bom, essa Kilkenny Shop, para quem não conhece é a maior rede de varejo de luxo na Irlanda. Tá, belê. Minha missão era fazer um teaser promocional do que foi o desfile – que rolou dentro da loja. Detalhe: essa ideia de “teaser promocional” eu fui descobrir o que era em termos de temática, depois de fazer as imagens, o que, digamos é meio que anti-profissional e inadmissível. Pra mim, não pro irlandês que me contratou. Eu estava iniciando a carreira no audiovisual, então, a gente vai que vai!
O fato é que o micro- empresário estava abrindo uma empresa de video marketing e pegou esse projetinho para começar a relação com a rede de varejo. No dia do evento, ele sabia “mais ou menos” o horário que ia começar. Me ligou de última hora, fui até o local, chegando lá eu perguntei: “E aí o que é pra gravar? Qual a intenção do vídeo?” Como ele não entendia nada de produção de vídeo – era só um business man – disse: ah, faz umas imagens aí. Eu queria morrer. Hein!? Como é que uma filmmaker vai fazer “umas imagens aí” sem saber o objetivo final do vídeo? Além do que eu iria editar e tudo mais. Bom, belê. Cheguei, o desfile já tinha começado, a moça apontou aonde eu poderia estar, eu vi que ninguém estava na frente da passarela – onde as moças param – e montei ali rapidamente o equipamento. O povo todo me olhando né: “Quem é essa mina folgada? Porque ela chegou e pegou O lugar?” Bom isso era como eu me senti. Cara-de-pau. Um dos aprendizados básicos da carreira como jornalista.
Do problema, nasce a solução
Fui lá, fiz as imagens, concentração total. Olho no olho das modelos para que elas abraçassem minha ideia – ou minha câmera – e passassem a olhar para mim, uma desconhecida com cara de gringa – sim, lá os gringos somos nós! O lance é que eu não sabia o que ia acontecer e nem para o que era aquilo tudo. Mas, sabia que tinha que dar o melhor e fiz o que minha intuição e meu trabalho me pediam pra fazer: “Dá um jeito disso ficar bacana!” E então eu me reinventei na hora, entrei onde não sabia se podia entrar, me concentrei para ser notada de alguma forma pelas modelos, não deixei com que a falta de equipamentos adequados me impedisse de fazer um bom trabalho, enfim, me deixei envolver pela coisa toda, além de não saber nada de moda e nunca ter feito nenhum trabalho para o ramo.
Para finalizar, no dia de editar o vídeo, vi as imagens e falei: vou trazer as moças mais belas, as roupas mais belas os olhares e sentimentos mais belos que deu pra captar e que caberia no vídeo. Entendo de moda? Nadica, mas entendo de pessoas e de beleza, e claro, de usar a criatividade no meu universo filmmaking com aquilo que eu tenho nas mãos. No fim, o setor de marketing adorou o vídeo! Mal sabem eles quais foram os bastidores dessa produção. rs
Quer ler mais sobre criatividade e moda? Indicamos dois livros, o primeiro em português, voltado para o Brasil, chamado “Criatividade Brasileira – Gastronomia, Design, Moda“, de Alex Atala, Fernando e Humberto Campana e Jum Nakao (ed. Manole), e o gringo “Creativity in Fashion Design: An Inspiration Workbook” da Tracy Jennings (ed. Fairchild Books).
Lição do dia: Entender a criatividade é um passo enorme para que ela faça parte da sua vida.
Arte da capa: Lydia Hill
Oi Francielli! Tudo bem? Opaaaaa, que legal que você curtiu!! Vai ter bastante conteúdo em breve! Super beijo
Oi Carlos, td bem?
Muito obrigada!
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