Sabe quando você tá lá descansando, final de semana, e joga aquele game que até tira o seu fôlego de tão emocionante, com roteiro que parece de filme, e você fica pensando “nossa, queria ter tido essa ideia!”? Se já aconteceu com você – atire a primeira pedra quem nunca – fique sabendo que tem muita gente envolvida na produção de um game, assim como em um filme, livro, e tudo que é da área criativa.
E se você tem curiosidade fazer um game, ou entrar para o mercado, vai adorar esse artigo. Pois vamos trazer um profissional que tem sido bastante reconhecido e que, apesar de ainda não viver 100% com o desenvolvimento de games, pretende fazer isso em breve. O nome dele é André Mariano, desenvolvedor e programador de games, e um ótimo exemplo de um brasileiro criativo e que coloca a mão na massa!
“Primeiramente é necessário ter uma ideia legal, diferente, que não seja mais do mesmo”, já inicia André. Juntando um time, não precisa ser gigante, mas que tenha no mínimo um roteirista, um desenhista/ilustrador e um programador já é o suficiente pra, usando a criatividade, bolar um game bem legal.
“Não adianta ter uma ideia mirabolante, querer produzir o próximo Assassin’s Creed se você tem um grupo pequeno e que sabe só um pouco de design e programação.Você pode ter essa ideia mirabolante sim, e deixá-la na manga pra quando tiver a oportunidade de realizá-la, mas não vai adiantar nada tentar produzi-la quando você tem pouco. Isso vai gerar uma imensa frustração, e você pode até querer desistir do projeto”, explica. Então o importante é o pé no chão, saber as ferramentas que você tem ao seu alcance e como melhor usá-las, sabendo os limites de cada um do time. Ok people?
“É muito importante sempre ter em mente o que você consegue fazer com o que tem no momento”
Criado o jogo, nem que seja um pequeno demo, o que os criadores fazem é um playtesting, ou seja, chamar algumas pessoas para testar o jogo. Como games, diferentes de filmes (embora isso esteja mudando) dependem da interação com o jogador, e, muitas vezes, você só encontra algumas situações que precisam ser melhoradas, ou até mesmo erros e coisas que não estão funcionando. O mais provável de acontecer é que vão ter várias coisas pra mexer no projeto, então você volta pra “mesa de trabalho”, depois coloca pra ser jogado… E vai repetindo, até estar satisfeito.
Você pode tentar vender o seu jogo para uma empresa que produz games independentes, colocá-lo na internet para que conquiste um público, ou tentar os festivais, como o ZKM_Gameplay, que ocorre na Dinamarca e o A MAZE., que rola em alguns lugares, mas normalmente em Berlim, na Alemanha. Estes dois festivais receberam os jogos do André Mariano, através de uma Game Jam. Se quiser conferir alguns outros festivais, dá uma olhada no nosso artigo sobre games e a economia criativa, clicando aqui.
Game o quê?
Game Jams são maneiras MUITO legais de colocar a sua criatividade em prática E fazer games. O verbo jam, em inglês, significa algo como “apertar ou colocar algo num espaço específico”, e tem bem a ver com a proposta do que é um game jam. Eles são desafios de criar um jogo com a temática proposta pelo evento, em intervalos de tempo super curtos, como 24h, 48h ou 72h. Sim, três dias! E saem jogos de verdade! Obviamente a proposta não é que você entregue o jogo com todo o brilho e refinamento, mas a maior parte da estrutura dele possível. O importante é entregar. E o mais desafiante? Alguns eventos só divulgam o tema do jogo na data, assim você não tem como fazer pesquisa e planejamento fora desse intervalo de tempo. É uma imersão muito grande. Vários festivais de game propõe game jams algumas vezes por ano, incluso o Big Festival. Os mais conhecidos são o Global Game Jam e o Ludum Dare. Vale conferir também o Game Jam +, que é brazuca!
O mais legal, é que normalmente os melhores ou mais diferentes jogos criados nos games jams são levados para festivais, sendo mostrados em vários lugares do mundo. Além de festivais, alguns institutos voltados para cultura e criatividade já patrocinaram alguns games jams, como é o caso do Instituto Goethe da Alemanha.
Ou seja, existem vários lugares e oportunidades diferentes de mostrar o seu jogo e chamar a atenção de possíveis compradores, estúdios e público, além de você poder aprender mais e fazer aquele networking que nós que trabalhamos na área criativa sabemos que é tão importante. Então não vale desistir se você quiser entrar nesse mercado, ok? Papel, caneta e console na mão, e aperta o START!
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Fontes de pesquisa: Abragames e Portal Indie Game
Arte da capa: Priya Mistry