O valor da Economia Criativa,
qual é mesmo?

Muita gente sabe – mas não muito como – que a criatividade pode ter um alto valor no mercado, na carreira e na vida se bem usada.  Os criativos, aliás, vivem reclamando que “não conseguem ganhar dinheiro” como mereciam. Geralmente, são talentos “iniciantes” ou então aqueles que estão na jornada há muito tempo, mas ainda não entenderam como ganhar dinheiro com seu talento. Muitos não sabem que, segundo relatório da Adobe “State of Create”, (2016), cerca de 70% das pessoas acredita que SER CRIATIVO é benéfico para a sociedade e 65% para a Economia. E, provavelmente não sabe o valor que tem para as indústrias que buscam inovação.

Qual?

Na mesma pesquisa, mostra que negócios que investem em criatividade possuem 83% maior probabilidade de promover inovação, 80% mais chances de ter clientes satisfeitos e 73% mais possibilidade de obter sucesso financeiro. Isso é só o começo de um universo de informações e dados espalhados em muitos relatórios que apontam para a importância dos criativos e da criatividade humana.

Isso porque depende muito do perfil de cada um – estado emocional, formação, cultura, contexto, e por aí vai. No texto de Letícia Diniz, com exclusividade para o portal ih!criei, ela pontua uma das diversas razões pelas quais muita gente não consegue ganhar dinheiro: o pensar e agir amador (aonde o que move é simplesmente a paixão por algo) em contraponto com o ser profissional (quando amamos o que fazemos, mas nem sempre fazemos o que amamos). Mas essa é apenas uma das inúmeras razões da tal falta de grana.

Como o foco aqui é falar sobre o valor que ser criativo tem para o mundo, o indivíduo ou o que for, se você AINDA não está ganhando o dinheiro que você merece…se atente! Conhecimento é a base para um olhar de oportunidades… continua aqui com nozes, já vamos te explicar 😉

Saindo um pouco do contexto das pessoas que trabalham diretamente com a própria criatividade como forma de auto-sustento, o fato é que criar algo fora da caixa pode ser “fácil” para alguns e nem tanto para outros. Outro ponto sobre a criatividade, é que essa habilidade – como muitos dizem – tem sido cada vez mais valorizada nas pessoas quando relacionadas ao trabalho.

Conclusão: temos dois grupos, os que sabem que são criativos e buscam trabalhar com profissões em que a criatividade é a moeda de valor, e os que não acreditam que são criativos e acabam indo pra profissões que tanto faz ser ou não criativo. O importante é executar o que foi pago pra fazer. E aí, onde você se encaixa?

Talvez, explicar um pouco mais à você sobre o que é  Economia Criativa, termo difundido pelo inglês John Hawkins em 2001, te ajude a escolher mais conscientemente o caminho que você quer seguir a partir de agora. Embora o termo ainda seja um mistério para a maioria das pessoas – inclusive para os criativos, o livro possibilitou trazer ao mundo um olhar mais organizado do que é essa economia da criatividade. Ela é bem diferente da tradicional, move bilhões de dólares no mundo todo e não para de crescer.

Livro onde o John Howkins cunhou o termo Economia Criativa

Pra você ter uma ideia, no Brasil, 2,64% do PIB foi o pico gerado pela Economia Criativa, no ano de 2015, segundo a Firjan/Senai. Já em 2017, o PIB Criativo chegou a 2,61% do PIB, o que equivale a R$ 171,5 bilhões de reais – cifra comparável ao valor de mercado da Samsung ou à soma de quatro das maiores instituições financeiras globais (American Express, J.P.Morgan, Axa e Goldman Sachs).

Já em outro estudo, desenvolvido pelo British Council (Conselho Britânico) em conjunto com o SEBRAE, em 2021, a expectativa é que a economia criativa no brasil atinja cerca de US$43 bilhões.

Pouco? Muito? O fato é que quem trabalha nessa área tem um leque de opções muito mais amplo e possibilidades infinitas de ganhos de dinheiro – sendo o principal ativo desses profissionais ser a criatividade e desenvolver as habilidades técnicas para realizar as ideias. Criatividade, algo que todo mundo tem, mas nem todo mundo usa. Habilidades técnicas, aí entra muito estudo, muita prática, muito estudo, muita prática e estudo eterno. Quem é um profissional criativo, sabe do que estou falando. E, você, quem quer entrar nesse mundo, está preparada/o para o Life long Creative Learning? Afinal, o que para muita gente virou “modo de aprender do futuro” para o criativo sempre foi regra básica.

Pra quem ainda questiona se “os criativos” – e isso inclui as MultiCulturas – que amam seu trabalho merecem alguma atenção, segue abaixo, mais uns dadozinhos para você, criativo ou inovador, argumentar nas rodas de discussão com os que adoram rótulos/dados/mimimi-só-acredito-vendo.

São dados publicados pela Revista Exame em dezembro de 2018.

Atualização do último relatório da Firjan sobre a Indústria Criativa: A remuneração na Indústria Criativa continua superior à média da economia, enquanto o rendimento médio mensal do trabalhador brasileiro foi de R$ 2.777,003 em 2017, o dos profissionais criativos, usualmente mais qualificados, foi 2,45 vezes superior e atingiu R$ 6.801,00.

Há também uma atmosfera muito positiva em discussões em fóruns, grupos no Facebook, na mídia e no mercado de trabalho sobre a Economia Criativa. Mas de forma desorganizada e confusa – e um de nossos objetivos aqui no portal é exatamente organizar isso tudo, de forma simples, didática, crítica e reflexiva.

Já no mundo do empreendedorismo, o incentivo aos profissionais e às iniciativas criativas tem ganhado cada vez mais espaço em eventos, workshops e cursos que visam uma capacitação mais adequada do “novo” profissional do futuro. Alguns dos principais festivais que ocorrem em São Paulo e movimentam esse setor são: O Festival Path, o Whow Festival, a Virada Cultura Paulista, UnhideConference, o Dia Mundial da Criatividade, PixShow, entre outros. E como esta Economia está impactando o Brasil? O canal Elaborando Projetos aborda de uma forma bem didática qual impacto econômico da economia criativa no no nosso país. Assista aqui.

Outro vídeo bastante interessante que esclarece a Economia Criativa tratando especificamente do valor econômico dela é o do canal EconomicaMente, do economista Haroldo Torres, um ótimo conteúdo vindo de um especialista.

Mas, afinal por que essa habilidade está ganhando tanto destaque e por que devemos começar a explorar cada vez mais essa tal da Economia Criativa?

Afora os números (ou seja o dinheiro envolvido nessa economia, o que já chama a atenção), a criatividade é uma atividade, habilidade, lifestyle, modo de ver a vida, um valor, enfim, algo que é essencialmente humano e que atrai muita gente não só pelo o ato do criar em si, mas também pra se conectar, experimentar, se sentir executor das próprias ideias e sonhos, transformar, gerar novos movimentos e inquietações pessoais que vão se comunicar com muita gente.

Além disso, a Economia Criativa também dá liberdade para que qualquer um possa começar a ganhar dinheiro – e viver disso – fazendo algo que ama.

MOMENTO FLASHBACK

Na reportagem escrita por Anna Carolina Rodrigues e Cibele Reschke, de 2015, mais de 1 milhão de empregos formais estavam ligados a Economia Criativa – veja que o dado não mudou de uma publicação de 2015 a uma publicação da Exame em 2018 – e na qual, foi definida por profissões que envolvem a transformação de conhecimento criativo em produtos e serviços.

Por exemplo, Arquitetura, Artes, Audiovisual, Softwares, Gastronomia, Mídia, Moda, Pesquisa, Publicidade, Artesanato são algumas das áreas da Economia Criativa. Nós estamos a difundir uma nova classificação pra valorizar essa Economia, mas que você já pode começar a entender clicando aqui. Um dado interessante da matéria é que o interesse nessas áreas cresceu cerca de 90% nos últimos dez anos. E provavelmente vai crescer mais – e se depender da gente, vai ser um crescimento exponencial!

Mas e as outras profissões, onde entram nessa onda da criatividade?

Lucas Foster, diretor da Project Hub, do Lab Criativo e do Dia Mundial da Criatividade, traz uma ideia sobre criatividade que pode ser aplicada em qualquer área – e que é muito difundida no empreendedorismo e mundo corporativo: a tal da entrega de valor ao consumidor. Ou seja, não basta oferecer o serviço ou produto, ele tem que vir agregado de transformação na vida de quem o consome. E esse valor está ligado diretamente com criatividade – não só na questão de “ó resolvi o seu problema“, mas “ó resolvi seu problema de um jeito muito legal e diferente de tudo que você já viu“.

O que é valor?

É meio que quando declaramos a nós mesmos que determinada atitude ou comportamento social é algo IMPORTANTE a ser praticado individualmente, pois ele vai beneficiar a todos e, por isso, tem valor. E aí, nosso questionamento é: já pensou se a criatividade passar a ser vista como um VALOR HUMANO, no qual ela deve estar presente e ativa em tudo? Aí sim a “brincadeira de criar” pode causar uma expansão absurda na evolução humana. E essa será a nossa META! Vamos juntos?

Calma, o artigo ainda não acabou! Fica aqui! Esse artigo, é claro, é apenas uma introdução sobre o valor da criatividade na nossa sociedade que queremos passar pra você. E pra finalizar, um outro ponto muito discutido é quando falamos sobre a “motivação de criar“.

“Diferente de países como os Estados Unidos e a Holanda, acreditamos que nossa criatividade é iniciada mais da necessidade, do que na “visão de novas oportunidades” por uma questão muito cultural ainda”,

diz Lucas durante workshop realizado no Centro de Economia Criativa, do Sebrae.

E aí, estar que temos a oportunidade de ver que a problemática do nosso atraso em relação a países de primeiro mundo, pode nos beneficiar e mudar o jogo! Como? Quando a criatividade é iniciada pela necessidade, isso significa que muita coisa falta no país – o que pode ser vista como oportunidades de grandes mudanças e uma chance de empreender e fazer algo realmente novo para dar um salto na economia local, de mudança de vida e cultura de nosso país. Então, a criatividade passará a estar em nosso DNA literalmente, sendo usado, transformado e exportado! Ôooo momento lindo vai ser!

Economia Criativa? São dois caminhos. E você pode escolher por qual motivação você vai agir. Necessidade ou Oportunidade. Não importa. O importante é sair da zona de conforto. Ok?

Lembre-se: no mundo da criatividade, você não precisar ser A ou B. Você é multipotencial. Aliás, pra complementar esse conhecimento todo, leia esse artigo do O Futuro das Coisas (clique aqui).

E se você ainda não se sente parte desse perfil criativo, ou se você não está inserido diretamente na Economia Criativa, não se preocupe. A verdade é que qualquer área pode transformar conhecimento (seja ele qual for) em algo novo, criativo, inovador.

Mas, para começar esse movimento é preciso que o indivíduo – antes de mais nada – comece a se colocar como um criativo…. e acredite, isso ainda é uma grande barreira pessoal a ser desconstruída.

Portanto, é muito importante que você saiba que criatividade pode (e deve) ser trabalhada em todas as áreas. O como é o que, na verdade, muita gente pergunta. E essa é uma das metas do portal IH!CRIEI, informar os leitores através da CRIATIVIDADE NA PRÁTICA, a experimentar um novo olhar.

E aí, preparado para essa mudança?

Arte da capa: Matt Chinworth


1 pensou em “O valor da Economia Criativa,
qual é mesmo?

  1. Patricia Bernal Autor do post

    Ingrid! Tudo bem flor? Sério? Poxa manda o link, quero conhecer! =) Hahaha que loucura essa web hehe que bom que me achou! Blog voltando com tudo agora, espero que continue te vendo por aqui! Muita coisa legal vai rolar. Legal, que bom ter te ajudado! Seja sempre super-bem vinda! Beijinho e até breve!

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