Artesanato e a Economia Criativa

Considerado uma mistura de economia sustentável, fonte extra de renda e até peças únicas e exclusivas, o artesanato engloba dois diferentes mercados, como aponta John Howkins, em seu livro “Economia Criativa: Como ganhar dinheiro com ideias criativas” (Ed.Mbooks): o de artes, onde as peças chegam a ser exibidas em galerias e vendidas em leilões, e também os mercados (muito maiores) de turismo e entretenimento. Em qualquer país do mundo, o artesanato da forma mais simples como conhecemos é sempre um presente daquela cultura e, por isso, na nova classificação para a #EconomiaCriativa do @ihcriei, essa área está dentro da categoria de MultiCulturas.

O QUE É ARTE E ARTESANATO?

Como pontua Victor Mirshawka, em seu livro “Economia Criativa: Fonte de Novos Empregos (Volume 1)” (Ed. DVS), artesanato é uma técnica manual utilizada para produzir objetos feitos a partir de matéria-prima natural – definição que será melhor detalhada ao decorrer do texto. Por exemplo, geralmente o artesanato é fabricado por uma ou mais pessoas dentro de uma família (e que pode passar de geração a geração) em uma oficina ou dentro da própria casa. O fazer artesanato é uma prática milenar tanto de expressão cultural como individual. Uma forma de criar e compor vestimentas, acessórios, itens e peças de uso pessoal.

Ou, podemos trazer o artesanato como uma forma mais prática a fim de resolver problemas – como por exemplo na fabricação de armas e objetos de caça e pesca, cerâmica para guardar alimentos ou tecelagem para fazer redes, roupas a colchas para proteção ou uso. Segundo Mirshawka, após a Revolução Industrial (iniciada no século XVIII), o artesanato foi desvalorizado e deixou de ser importante já que neste período, para aumentar a produtividade cada pessoa executava apenas uma função e, juntos, faziam o processo de fabricação – esse processo recebe o nome de linha de montagem.

Indo mais adiante, atualmente essa produção repetitiva e com zero de criatividade, aos poucos, está sendo substituída por robôs – que, aliás, vem do Tcheco, robota, que significa escravo. Por isso, quem é contra esse tipo de intervenção das máquinas ou da tecnologia deveria estar repensar, pois agora há mais possibilidades de criativos emergiram na sociedade fazendo coisas humanas. Ainda bem que encontraram substitutos para isso, né? Vamos então focar na forma de como artesanato vem sendo valorizado nos dias de hoje – pois se você souber trabalhar, ser criativo e fazer produtos diferenciados, você pode sim ganhar muito bem neste mercado!

A definição, agora mais detalhada, do que é o artesão: É identificado como aquele que, de forma individual, exerce um ofício manual, transformando a matéria-prima bruta ou manufaturada em um produto acabado, tem um domínio técnico sobre materiais, ferramentas e processos de produção artesanal, utilizando técnicas manuais, como definiu o Programa do Artesanato Brasileiro. Já, se você opta por comprar peças prontas e pintar, por exemplo, isso não é artesanato, é o que se chama de um trabalho manual. Resumindo: tem que transformar a matéria-prima em uma peça. Simples (ou nem tanto) assim. Portanto, produtos feitos por artesão costumam ser muito detalhados, bem trabalhados e com rigor em sua técnica, e por isso, é um trabalho diferenciado para que valoriza essa criação cultural.

Nas culturas árabes e asiáticas o artesanato pode ser muito mais valorizado que a arte, e geralmente, o primeiro é mais caro. No livro de John Howkings, autor do livro Economia Criativa – Como ganhar dinheiro com ideias criativas (ed.MBooks), conta uma história interessante sobre essa “polêmica” do artesanato. 

“A melhor resposta a esse impasse foi quando o proprietário de uma galeria inglesa perguntou a Tobias Kaye, torneiro de madeira, se eles estava fazendo arte ou artesanato”. A resposta? “Bem, o processo é arte, mas o resultado é artesanato”. E aí, o proprietário indaga. “Engraçado, pois na semana passada fiz a mesma pergunta a Richar Raffin, outro destacado torneiro em madeira, e ele disse que o processo é artesanato, mas o resultado é arte”. Confuso hein? E pra você, o que é artesanato?

As culturas chinesa, japonesa, indiana, de outros povos asiáticos, aborígenes, africana, árabe, russa, mexicana, peruana, ameríndia, asteca, povos pré-colombianos e inuíte misturam arte e artesanato. “A melhor definição é que o trabalho artesanal tem uma função e que um trabalho único pode ser tão bem-feito e bonito a ponto de poder ser qualificado como arte”, explica Jonh Howkings.

Um exemplo que é referencia criativa no mundo das artes e que traz fortemente a personalidade de um artista imaginativo é Grayson Perry, ganhador do Turner Prize, o mais prestigiado prêmio britânico de arte. Sua arte? Cerâmica. Isso é arte. Isso é artesanato também.

O crítico de arte Herbert Read disse: “A cerâmica é, ao mesmo tempo, a mais fácil e a mais difícil de todas as artes. Ela é simples, pois é a mais elementar, ela é a mais difícil pois é a mais abstrata”.

Já no mercado de massa, onde você tem todos os tipos de artesanato atrelados desde a cultura local até algo mais simples e de fácil reprodução – e muitos neste estilos passam a não ser tão criativos ou exclusivos – são vendidos no mundo todo. Esse estilo mais simplório, as pessoas fazem e compram artesanato sem grande preocupação com autoria ou uma estética. São avaliados pelo preço, utilidade e qualidade.

COMO DIVULGAR O SEU TRABALHO?

Hoje em dia a Internet é um grande aliado dos criativos que trabalham na área de artesanato, pois você pode ter a sua loja e/ou mostrar os seus produtos e artes sem nem sair de casa, só com um pouco de criatividade e muito empenho.

Seja fazendo bordados, trabalhos com massas, panos, madeira, você se sai bem se fizer o que ama. Mas e pra ganhar dinheiro com isso? Ou você vende seus produtos para alguma loja específica, por exemplo lojas de artesanato em madeira as vezes tem peças feitas por outras pessoas para vender. Outra ideia é você mesmo arregaçar suas mangas, juntar uma grana e abrir a sua própria lojinha! A dica aqui é planejar tudo com cuidado porque vai ser ter um gasto inicial alto, mas se fizer tudo direitinho – e não esquece dos contratos, a parte burocrática é chata mas vai te ajudar muito e te proteger de futuros problemas – você tem tudo pra ter sucesso. A última maneira, como citada acima, é fazer da internet a sua melhor amiga. Seja criando seu site, ou através das redes sociais, tem muita gente vendendo seu artesanato na rede, e ganhando com isso.

Se você usa a sua criatividade pra fazer coisas únicas e diferentes e gostaria de mostrar pra gente, manda um recado no nosso Instagram @ihcriei. De tempos em tempos mostramos os trabalhos dos nossos seguidores criativos – porque temos que nos ajudar né! – e o seu pode aparecer lá também!

É importante enfatizar que não somos especialistas em todas as categorias da indústria criativa, só em algumas como Comunicação Instantânea e StoryMídias. Porém, somos jovens pesquisadores da Economia Criativa e estamos, aos poucos, nos informando, conhecendo e vivenciando cada um dos universos criativos, para ampliar nossa visão de mundo e proporcionar a você uma imersão completa e maior entendimento do por quê esse universo da criatividade humana é tão fascinante, e como você, seja de qual área criativa for ou, caso não seja, trabalhe com os criativos, consiga ampliar sua visão de mundo para gerar inovação em sua atividade profissional e assim obter cada vez mais reconhecimento!

Você pode nos ajudar a construir um conteúdo qualificado e assertivo dando suas sugestões, trazendo seus incômodos e opiniões, seja nos comentários ou redes sociais. Nosso canal mais ativo no momento é o Instagram: @ihcriei. Segue lá!

Estamos atentos e em constante aprendizado! Nos vemos no próximo artigo! E não deixe de nos dizer como você se sentiu ao ler este conteúdo, a gente se importa com você…

>> Colaborou para este artigo, texto e design Camilla Zahn e Patricia Bernal

Arte da capa: Vários Artistas

Sobre Redação iH!Criei

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