Se não há orçamento adequado para tornar algo tangível, há uma grande probabilidade de a ideia ir por água abaixo ou a estrutura ser precária
Deixa eu te fazer uma perguntinha: a sua empresa ou a empresa na qual você trabalha separa um “budget criativo”, de acordo com o que é preciso para tirar as ideias do papel ou de acordo com o que se tem disponível? Conta a verdade.
Porque… por experiência de trabalho no mercado criativo, observo que no geral, as empresas trabalham com “o que dá”. Aliás, esse chutômetro é algo que precisamos (urgentemente!!) mudar em nossa cultura, tanto pela falta compreensão dos processos criativos envolvidos em toda uma ideia, como pela desvalorização do trabalho criativo em si. Deu check, aí? Ótimo!rs
Mas… e como é essa cultura na prática? Geralmente há um budget geral, anual, pré-estabelecido de investimentos em inovação ou produtos criativos para, em seguida, ocorrer uma fragmentação dessa verba em diversos produtos e demandas que vão acontecendo para que essas criações sejam feitas. O problemasso todo é: sem conhecimento algum dos processos e custos das “ideias” a serem criadas.
Parece até papo de louco: “Preciso criar um negócio, que não sei quanto custa, pra ser feito por não sei bem o motivo, e precisa trazer algum resultado que eu não sei exatamente qual é”.
Se não há orçamento adequado para tornar algo tangível, há uma grande probabilidade de acontecer duas coisas: ou a ideia vai por água abaixo durante o processo, gerando perdas de dinheiro, tempo e a história toda que você já deve conhecer, ou, a estrutura envolvida para realizá-la será muito precária, e quem sofre são os profissionais criativos e os coordenadores da operação, quando não, o cliente que ao acessar o produto ou serviço criado e não ser nada daquilo que ele imaginou. Sentiu o drama do caos, aí?
Risco criativo bem planejado
O fato é que as áreas de criação também precisam adquirir a cultura do “risco planejado”, ou seja, ter o mínimo de planejamento, para tentar correr o mínimo de riscos daquela criação não dar nenhum resultado para a empresa. Pode acontecer? Sim. Mas só se tiver tido uma comunicação e um planejamento beeeeeemmmm ruim. Porque não dá pra imaginar um projeto com um bando de gente profissa, trazendo todas as suas expertises…pra nada? Não. Alguma pequena GRANDE falha teve aí!
Enquanto um dos fatores principais para o desenvolvimento de uma criação ― o dinheiro ― não for bem resolvido, teremos problemas por toda a parte e o famoso “jeito criativo” de fazer muito com nada. Isso não é sustentável.
Fórmula da Cagada Criativa (anote): estrutura precária + limitações de um profissional criativo para determinada função + uma ideia aprovada sem a consciência do budget criativo envolvido + comunicação péssima.
É bom deixar claro que budget criativo não é somente a “verba de marketing”. O trabalho criativo dentro de uma empresa, que busca inovação, tem que envolver áreas como o comercial, clientes, lideranças. ok?
Tudo que envolve a inovação, envolve a criatividade
Tudo que envolve inovação, envolve criatividade. Por exemplo, se a empresa precisa se aprofundar nos desejos de seu público-alvo é preciso investir em pesquisas internas e externas com todos stakeholders e por isso que o entendimento todo dos processos criativos e tudo mais, é um passo anterior importante para a inovação. Para você entender que tipos de informação você precisa.
Quanto custa um produto criativo?
Esses elementos devem ser respondidos tanto pelos criativos contratados ― e não pelo seu superior-mucho-loko que quer o trabalho entregue para ontem com o menor custo e ponto.
Vai por mim… se você fizer a lição de casa, há boas chances da ideia sair do papel você imaginou. E como saber se é hora de mudar ou investir em algo novo com criatividade?
Observação é a chave da inovação
Por exemplo, você olha para o site da sua empresa e percebe que pode torná-lo muito mais atrativo e didático para que o cliente tenha a tal da experiência agradável de compra ou mesmo da visualização dos serviços oferecidos; quer também que as pessoas tenham o hábito de voltar para ver o que há de novo; assim como espera que o site seja recomendado pelos clientes/usuários nas suas respectivas redes sociais. Você anotou todos os pontos e viu que dá pra melhorar, aí que começa um novo projeto de investimento em criação e inovação.
Agora, veja que somente neste único produto criativo, no caso o site, você deverá separar um budget criativo que envolve: tecnologia, pesquisa, design, fotografias, audiovisual, conteúdo multimídia… enfim são muitas áreas a serem consideradas para uma estratégia completa de investimentos.
Yes! Estamos progredindo! E, depois desse artigo e com sua formação e conhecimento atual, você já captou como chegar ao melhor resultado para um nova mudança ou ideia. Sabe também o funcionamento de trabalho e as estruturas necessárias para um ótimo resultado! Tudo bem se é tudo muito novo, logo você vai ver que é como andar de bicicleta, depois dos primeiros tombos, você vai aprender a fazer direitinho e depois poderá ensinar.
Insights para não errar
E para finalizar e não pagar caro demais por uma solução ou barato a ponto de você ter dor de cabeça com o resultado, procure entender a melhor a empresa ou profissionais criativos que você irá contratar. Comece com essas perguntas:
- Qual é o estilo de trabalho da empresa ou do criativo envolvido?
- Qual é a energia colocada por parte do criativo e dos colaboradores e líderes envolvidos na ideia ?
- Qual é a estrutura oferecida de ambas as partes?
- Qual é o tempo necessário dos criativos para executar a ideia e par que a sua empresa possa acompanhar e avaliar a construção dela?
Arte da capa: Yukai Du