UM RELATO PESSOAL
Você já assistiu a série MAD MEN? Se sim, ótimo, vai conseguir entender o artigo e relembrar a série. Se não, você pode ler o artigo e quando for ver a série já irá reparar ou lembrar do que foi dito aqui. (Está disponível na Netflix)
De cara, quero dizer que esse não é um artigo sobre comportamento social da época (a série se passa entre anos 60 e 70), também não é sobre cinematografia ou aspectos audiovisuais (embora uma curiosidade: 7 dos 9 membros da equipe de roteiristas eram mulheres!) ou mesmo, falar sobre o lado propagandista (e muitas vezes cruel ou fake) da publicidade (mais uma curiosidade, a série fez com que o número de pacotes de cigarros da marca Lucky Strike aumentasse as vendas em 9 milhões em 2012, e as vendas de whisky entre o público de 25 a 34 anos cresceram 12%, segundo artigo publicado no site Ambrosia).
Quando terminei de ver a série fiquei pensando no que aquelas 7 temporadas haviam me ensinado de bom – além de ter me tirado horas e horas de sono – me questionei: O que toda essa história me ensinou de positivo para tudo que faço hoje como EMPREENDEDORA CRIATIVA?
Era de se esperar, que CRIATIVIDADE, VISÃO EMPREENDEDORA e NEGÓCIOS seriam pontos altos. E, sim, me ajudou literalmente em várias coisas. Portanto, gostaria de compartilhar com vocês que assistiram (ou não) a série, algumas das coisas que reforcei dentro de mim e que podem – cedo ou tarde – serem muito úteis pra vocês, e, se tiverem a sorte de ler esse artigo antes de assistir a série, com certeza vão enxergar coisas além:
A PRIMEIRA IDEIA, PODE SER SIM A MELHOR IDEIA
Eu comprovo a afirmação acima, mas em muitos momentos na série – como foi o caso da ideia de Megan Draper (Jéssica Paré) – ocorreram ideias iniciais que deram muito certo e eram as melhores. Eu tenho algumas boas experiências individuais e de negócios que comprovam isso. Exemplos: Os vídeos de descobertas de ideias e startups – HORA DO PITCH! e a websériePETELECO.
DICA >> Na hora que você tiver uma primeira ideia, perceba três coisas: veja se ela te empolga muito, analise se você sabe que pode fazer algo bem diferente executando e, por último, avalie se ela não te custa muito dinheiro ou não te dará muuuuitoooo trabalho para executar inicialmente. Caso tenha passado por esses três critérios….MÃO NA MASSA!! Se ela não for boa, você só vai saber quando ela estiver rolando. E tudo bem! Com toda certeza você terá aprendido várias coisas com esse processo de execução e tentativa.
CRIATIATIVIDADE INDIVIDUAL, COMO VOCÊ TRABALHA A SUA?
Um dos personagens mais marcantes, além do protagonista Don Draper (Jon Hamm), é Peggy Olson (Elisabeth Moss), os dois principais diretores de criação – Peggy iniciou a carreira como secretária de Don. Não vou entrar em detalhes de quem eram os personagens, você encontra tudo isso no Google hehe – quero ir direto ao ponto.
Quando falamos em CRIATIVIDADE INDIVIDUAL pressupomos que você já tenha feito uma análise de como é que você trabalha melhor a sua criatividade ou o que você faz para estimulá-la. Certo? Caso nunca tenha feito isso ou se quiser ampliar os horizontes e dar aquela repaginada na reflexão, abaixo algumas práticas interessantes que vão te ajudar.
A LÀ DON DRAPER
1) OBSERVADOR: Ele observava tudo a sua volta, principalmente o jeito das pessoas, do ambiente e seus detalhes. Isso com toda certeza ajuda demais a compor um repertório criativo. Afinal, quanto mais informações você tiver, mais combinações pode fazer.
O QUE APRENDI: Aqui, reforçei a minha capacidade observadora, e coloquei-a como um ponto a ser trabalhado mais ainda, principalmente, por conta de, muitas vezes, ao invés de observar ao redor, a gente fica no celular… Tô falando mentira?
2) FALE MENOS, OUÇA MAIS: Essa é batida, mas para os curiosos apaixonados ou para aqueles que amam suas ideias, fica quase que impossível ficar de boca calada. Afinal, compartilhar é tudo de bom! Eu pelo menos, tenho uma dificuldade série de ficar quieta. Mas, a série me reforçou a importância de ouvir mais, e só falar quando necessário – ou for relevante, e, na pior das hipóteses, você de fato precisar se expressar. E não digo isso no geral, ok? E sim, nas negociações quando estamos falando de business ou questões bastante pessoais e delicadas.
O QUE APRENDI: Revisitei a velha história “tem coisas que é melhor contar depois que acontecer”. E outras, que tem a hora certa de compartilhar, o segredo está em QUANDO ou com QUEM devemos fazer isso (na série existem muitos exemplos de ideias que foram compartilhadas com as pessoas erradas – mudança de Don Draper e sua esposa para a California, que por fim deu errado, frustrando as expectativas dos envolvidos). Algo a se refletir!
3) NUNCA DIGA NUNCA À NOVAS EXPERIÊNCIAS: Uma das partes que mais gostava. Quando os personagens diziam SIM para coisas bizarras, impensáveis, perigosas e tudo mais. Eu sempre torcia pro sim, mesmo com medo do que poderia acontecer. E acho que se você está buscando uma vida mais criativa, esse é um dos melhores conselhos que posso te dar. Você vai ter medo e vai com medo mesmo, mas vai. Você só vai ter sensação de arrependimento se você não tiver no estado CONSCIENTE – bêbado ou sob efeitos de drogas – (ou seja, se tomou um boa noite cinderela ou algo do tipo), do contrário, não tem como se arrepender. Mesmo que seja ruim, que seja tosco ou que você nunca mais volte a fazer aquilo. Experimentar coisas diferentes deveria ser algo mais comum do que eu acho que é. Atenção: não estou falando pra você sair fazendo coisas que VOCÊ NÃO QUER, e sim, fazer aquelas coisas que te deixam na DÚVIDA mas que não ferem com sua vida. =) Ok?
A LÀ PEGGY OLSON
1) SE NÃO TEM DINHEIRO PRA VIAJAR, VIAJE COM A IMAGINAÇÃO: Olha, não que você vai deixar de viajar ou desencanar disso (por favor, NÃO FAÇA ISSO!!rsrs). Mas enquanto não dá pra viajar e se inspirar com novíssimas ideias de outros lugares, pessoas e culturas, é possível viajar com a imaginação. Não estou dizendo que é fácil, afinal, criança é muito mais imaginativa que adulto. Mas é um exercício interessantíssimo. Pegue uma situação, um lugar ou qualquer coisa e IMAGINE como você recriaria, viveria ou gostaria de ver aquilo lá. Escreva, desenhe, converse com alguém, grave um áudio ou vídeo, enfim, mas põe pra fora e VEJA como anda a sua imaginação. E caso você não consiga imaginar, PERIGO!!!!!!! SAI DE CASA E VAI VIVER A VIDA!
2) ACREDITE NAS SUAS IDEIAS: Não tem jeito. Ou você acredita, ou você abandona. Tem que saber quando fazer o que. A resposta mais certeira é sempre a intuição. Não seu ego, mas SIM, sua intuição. Aquilo que de fato você SENTE que é o melhor a ser feito. E faça. Não ligue para os resultados, apenas OUÇA o seu coração. Na pior das hipóteses, SE, der errado, será um mega case e então analise o por quê não rolou. SE DIVIRTA com seus erros! =))
>> E POR FIM, quero deixar aqui um exercício:
1) Quantas vezes por semana ou por mês você experimenta coisas novas? Por que não consegue aumentar essa frequência?
2) Você tem falado mais ou escutado mais durante suas conversas com outras pessoas? Por que? Como se sente em relação a isso?
3) Viajar ou Imaginar, tem feito alguma das duas coisas? Qual foi sua última viagem ou qual foi sua última viagem na maionese (ops, imaginação rs)?
4) Quando foi a última vez que uma ideia sua deu certo? Quando foi a última vez que sua ideia falhou?
5) Você acredita que o momento que está agora está te guiando para que a sua ideia aconteça?
Pare e pense. Agora vai lá fazer o exercício – ok, tô meio mandona igual ao Don hehe.
E minha última sugestão inspirada na série é esse ritual:
1) Pegue uma informação que você ficou instigado, curioso e que deu vontade de aplicar e APLIQUE na próxima semana.
2) Da próxima vez que você assistir a um filme, ler um artigo ou ter uma conversa interessante, anote aquela coisa nova que você identificou e vai lá e faz.
Bom, depois de ler todo esse artigo, tem mais um ponto que eu quero destacar dessa incrível série. A força e a garra das mulheres – que viviam em uma época três vezes (número imaginatório) mais machista que a atual e que ainda assim, Peggy, Joan, Betty, Megan são exemplos de mulheres que decidiram começar a ser donas do seu próprio caminho – sem ligar para as questões sociais comportamentais diretas e indiretas que a época ditava.
Se quer ler mais sobre a série, seus ensinamentos e o processo criativo por trás dela, vamos deixar aqui três indicações de livros que podem ajudar e ser uma ótima leitura! São eles:
1) “Mad Men e A Filosofia – Nada É o Que Parece“, de Rod Carveth e James B. South (ed. Gente) (compre aqui)
2) “Na Sala de Roteiristas“, de Christina Kallas (ed. Zahar) (compre aqui)
3) “Homens Difíceis – Os Bastidores do Processo Criativo de Breaking Bad , Família Soprano , Mad Men” de Brett Martin (ed. Aleph) (compre aqui)
E assim, encerro com (muitas!) saudades, essa série que já é uma de minhas favoritas.