Como o lado racional e
emocional trabalham juntos?

Por Carol Fullen

Talvez você, como eu, já tenha usado o bordão #SouDeHumanas em alguma situação em que a competência ‘mais matemática’ tenha sido exigida. Ou vai dizer que não? Ou talvez tenha sido justamente o inverso. Você, de Exatas, talvez não tenha se sentido confortável quando chegou aquele convite para um brainstorming criativo. Aptidões, obviamente, existem. Não estou querendo dizer que isso é mito. Mas…

É que a gente cresceu condicionado a acreditar nisso aqui:

Na figura cinza da esquerda, é o cérebro racional, e na da direita o criativo emocional. Uma imagem até então clássica que nos levou a achar que quem pensa mais racionalmente não é criativo, pois estão divididos – como na imagem acima! E que pessoas que são mais analíticas e organizadas não sabem pensar inovadoramente… um erro!

Isso não é verdade.

A animação a seguir, mostra de um jeito divertido, como nós pensamos que funciona o cérebro, meio 50/50, uma parte totalmente racional, a outra totalmente criativa. Mas é só pra ilustrar, isso é mito! O melhor é sempre quando temos um equilíbrio entre nossas habilidades.

Todo mundo é e pode ser criativo ☺ E faz sentido que seja somas de diferentes competências que nos ajudem a pensar inovadoramente. E é exatamente isso.

Algumas pesquisas neurocientíficas provaram que ao ser e pensar criativo, acionamos áreas distintas do cérebro que não são de um lado ou de outro apenas. Na verdade, o processo criativo inteiro – da preparação à verificação/prototipação de um projeto, consiste na interação de vários processos conscientes, inconscientes e emoções.

Para estudar isso, os cientistas usaram uma série de testes para ver como funciona o ‘pensamento divergente’ –  um processo cujo objetivo é achar o maior número possível de soluções para um problema. Logo, as pessoas que participaram do teste, fizeram exercícios de como desenhar o maior número possível de figuras geométricas em um determinado período de tempo, foram desafiadas a pensar usos diferentes para objetos cotidianos como um clipe de papel, e ainda responderam perguntas específicas sobre dez áreas distintas de conhecimento, como artes visuais, músicas, escrita, dança, culinária e ciência.

As respostas foram usadas para criar um índice de criatividade. E o resultado foi que não houve nenhuma diferença estatística significativa entre uso dos hemisférios do cérebro. Ou entre homens e mulheres. Na real, o que chamou atenção entre 15% que apresentaram melhor performance foi exatamente o número de conexões entre os hemisférios.

Começou a desconstruir? Espero que sim! Pois bem, agora acredite no seu potencial criativo e exercite fazendo coisas diferentes, por exemplo. Claro que ter um maior repertório de experiências diferentes ajuda – e daí talvez pareça mais fácil para quem está numa área de humanas que lida muito com o ser humano – um mar de experiências distintas. Mas qualquer um pode fazer isso. Repetição, experimentação e acesso a coisas novas e incomuns, hoje é pra qualquer um. Então, nada de usar desculpas como #SouDeExatas. Nem de achar que ser de humanas te dá alguma vantagem. Repertório criativo é pra qualquer ser humano.

Algumas dicas de ouro

  • Permita que sua mente vagueie livremente na criação – ou seja, tente silenciar o crítico interior que já bloqueia ideias antes mesmo delas serem expressadas;
  • Imagine novas possibilidades, aprenda com estímulos do seu exterior – deixe a capacidade infinitamente superior do seu cérebro de processar informações e deixe aflorar novos caminhos;
  • Lembre-se de que nos conectamos por meio de emoções – seu sistema límbico adora! – então conte histórias que gerem conexão e empatia;
  • Não deixe totalmente de lado senso crítico na implementação suas ideias criativa, afinal, eles nos ajudam a aprimorar.

Graduada em Comunicação de Mercado pela ESPN e com Bacharel em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Cásper Líbero, e atualmente cursando o Post MBA Neurobusiness pela FGV, Carolina é hoje Diretora de Inovação e Engajamento na MSL Group – Publicis. Tem  mais de 16 anos de experiência em comunicação corporativa e cargos de gerência, sendo responsável pelo desenvolvimento de equipes e criação / integração de processos internos de trabalho e planejamento e criação de estratégias. Criativa, com forte iniciativa e capacidade de criar e desenvolver equipes, planejar, gerenciar e executar atividades em ambientes desafiadores e fluidos. Atualmente está cursando ” Ignite Your Everyday Creativity” na The State University of New York e vai compartilhar muitos de seus aprendizados aqui conosco também.

Foto da capa: Fran Pulido

Sobre Ana Carolina Fullen

Graduada em Comunicação de Mercado pela ESPN e com Bacharel em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Cásper Líbero, e atualmente cursando o Post MBA Neurobusiness pela FGV, Carolina é hoje Diretora de Inovação e Engajamento na MSL Group – Publicis. Tem mais de 16 anos de experiência em comunicação corporativa e cargos de gerência, sendo responsável pelo desenvolvimento de equipes e criação / integração de processos internos de trabalho e planejamento e criação de estratégias. Criativa, com forte iniciativa e capacidade de criar e desenvolver equipes, planejar, gerenciar e executar atividades em ambientes desafiadores e fluidos. Atualmente está cursando ” Ignite Your Everyday Creativity” na The State University of New York.

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